GLOBALIZAÇÃO DO CONSUMO E AS CONSEQUÊNCIAS À CIDADANIA: AS LEITURAS DE UM FUTURO INCERTO EM IDIOCRACIA
DOI:
https://doi.org/10.25110/rcjs.v27i1.2024-11092Palavras-chave:
Cidadania, Consumo, Democracia, Direitos Humanos, GlobalizaçãoResumo
O presente artigo analisa as influências da globalização nas instituições sociais do Estado moderno, tais como cidadania, democracia e direitos humanos. Parte-se da análise da conjuntura global realizada por Néstor García Canclini, em sua obra Consumidores e Cidadãos – conflitos multiculturais da globalização, onde o autor aponta uma perspectiva para o futuro pós-moderno e defende uma nova forma de pensar a cidadania e consumo. Em um primeiro momento, se expõe um panorama internacional da globalização, relacionado à hegemonia cultural de um modelo de consumo, ao neoliberalismo e ao apelo à indústria audiovisual – massificado desde 1990 – como abordagem do cidadão. Em sequência, realiza-se um excurso pelo cinema ficcional, com a comédia satírica Idiocracy, que expressa algumas das preocupações que Canclini apontava em seu trabalho como apostas negativas à globalização. A seguir, são apresentadas leituras possíveis dos fenômenos desencadeados pela globalização do consumo, como perspectivas senão positivas, ao menos amenizadoras dos efeitos à sociedade cidadã. Por fim, as conclusões parciais do trabalho demonstram que a globalização não necessita ser apenas uma “perversidade” e uma “idiocratização”. A globalização da informação, das tecnologias e as novas aproximações humanas incitadas pela universalização de novas redes de interação, devem auxiliar para a criação de uma consciência humana universal, uma cidadania-mundo, capaz de resolver e dialogar os problemas que não se delimitam a um território, nação ou cultura, mas dizem respeito a todo o gênero humano.
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