UNIVERSIDADE E ESCOLA EM PRISÕES: DIÁLOGOS E REFLEXÕES DA FORMAÇÃO EM SERVIÇO DE DOCENTES
DOI:
https://doi.org/10.25110/educere.v23i1.2023-008Palavras-chave:
Formação em Serviço, Docentes, Escuta Pedagógica, Escola em PrisõesResumo
O projeto de pesquisa e extensão de Formação em Serviço para docentes das unidades prisionais de Manaus compreende a discussão sobre a formação docente e a composição da cidadania por meio da ação reflexiva do docente na sociedade complexa. A formação em serviço e as atividades de extensão realizadas pela Universidade do Estado do Amazonas junto aos professores das unidades prisionais de Manaus fundamentaram-se na ideia de que cada sujeito presente na escola em prisões faz parte da apreciação das complexidades do real. Nesse sentido, partimos do princípio da dialógica e sua dimensão em reunir diferentes pessoas, verificar os vínculos e as relações complexas entre os sujeitos e as instituições para analisar a importância e parte dos resultados alcançados no processo de formação continuada realizado pela universidade junto aos professores da escola em prisões em Manaus- AM. Para tanto, foram realizados diálogos com Barbier (2004), Lucena, Saraiva e Almeida (2016), Norbert (2018), Borges (2019), Tardif (2014), entre outros, para compreender a conceitos relativos à formação, à escuta pedagógica, além da natureza da formação e da identidade docente. A metodologia dialógica baseou-se na reflexão, compreensão e ação em um ato que envolveu o cognitivo, o experiencial, o relacional, o investigativo e o diferente, possibilitando problematizar os ditos e os não ditos na formação docente, além de desnaturalizar as ideias impostas de uma educação determinada. Os resultados apontam que a formação em serviço é essencial para o fortalecimento da identidade docente, do saber plural dos professores, do saber heterogêneo que envolveu sujeitos, suas histórias, escutas, necessidades e conhecimentos. O trabalho aponta ainda que a Pesquisa e a Extensão provocaram movimentos dialógicos para que se examinasse a realidade por vários ângulos, interpretando suas relações, provocando reflexões, recursos de memória, registros, leituras de estudos científicos e recuperação de identidades para realizar releituras críticas e de caráter multiperspectival.
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