SAÚDE MENTAL E SUBJETIVIDADE DO ESTUDANTE DE PSICOLOGIA: UM ESTUDO COMPARATIVO ENTRE INGRESSANTES E CONCLUINTES DE UM CURSO DE PSICOLOGIA

Resumo

A experiência acadêmica incute aos estudantes uma gama de responsabilidades, escolhas e decisões, todavia, estes podem não estar totalmente preparados para essas novas demandas e consequentemente, a autonomia que o ambiente acadêmico requer (Silva et al.; Trigueiro et al., 2021). Observa-se entre os estudantes de Psicologia, a presença dos Transtornos Mentais Comuns (TMC), assim como o desencadeamento de quadros ansiogênicos e depressivos, insônia, isolamento social e solidão, ideações suicidas e automutilação, sendo estes, de altíssimos índices (Abreu; Macedo, 2021). Neste sentido, o ingresso e o egresso na vida acadêmica são vistos como potencializadores desses sintomas, no qual identificam uma elevada prevalência de ansiedade nos discentes da área da saúde, neste contexto, encontram-se inseridos, os estudantes de Psicologia (Jardim; Castro; Ferreira-Rodrigues, 2020). Partindo do pressuposto citado, este estudo teve como objetivos refletir sobre os níveis de ansiedade, tanto como traço, quanto como estado, entre estudantes ingressantes e concluintes de um curso de graduação em Psicologia; discutir as motivações dos graduandos para escolherem a carreira em Psicologia; analisar o conhecimento e a utilização dos serviços públicos de saúde mental e a realização de acompanhamento psicológico entre esses estudantes. O estudo se configura como sendo exploratório, observacional e descritivo, de corte transversal. Como instrumentos para a coleta de dados foram utilizados o Critério de Classificação Econômica Brasil, Inventário de Ansiedade Traço-Estado (IDATE) e um Questionário, de própria autoria. Embora a amostra coletada apresente maior porcentagem de ansiedade nos alunos de fase inicial do curso, ambas as turmas tiveram em maioria casos pontuados como ansiedade, traço e estado, evidenciando a importância de atenção nas universidades para com esse público. A escolha da profissão foi associada ao cuidado de si ou do próximo. Configura-se como fundamental o desenvolvimento de estratégias para compreender e avaliar a dimensão prescrita e real que envolve a formação em psicologia. Conclui-se que discutir sobre a saúde mental dos estudantes universitários é cada vez mais necessário, visto que as universidades precisam pensar na importância em olhar para o discente, identificando as condições em que este está construindo seu processo de formação.