O CORPO ESTORVO: ANÁLISE SOBRE AFETIVIDADE E EXPRESSÕES CORPORAIS PARA A EDUCAÇÃO INFANTIL A PARTIR DA BASE NACIONAL COMUM CURRICULAR (BNCC)
DOI:
https://doi.org/10.25110/educere.v23i1.2023-003Palavras-chave:
Educação Infantil, Corpo Estorvo, Base Nacional Comum CurricularResumo
O texto tem como objetivo principal compreender sobre as dimensões de corpo na Educação Infantil, considerando seus impactos e preposições históricas em relação ao determinismo biológico e ao constructo social. De modo particular, refletir como a herança corporal cultuada ao longo do tempo foi demarcada pela dicotomia biologia/cultura, propagando LGBTQIAP+FOBIAS e desconsiderando, desse modo, as intersecções que este transita e seus impactos educacionais, ao classificar corpos que não conformam com a norma, como corpos que estorvam. Em continuidade, essa pesquisa busca analisar o caráter normativo da Base Nacional Comum Curricular em relação a suas propostas referentes às expressões corporais na Educação Infantil. Para essa discussão, tem-se o seguinte questionamento: Como vem sendo constituídas as dimensões de corpo na educação infantil e, como se dá a relação entre o biológico e cultural/social nesse contexto educativo? A metodologia é um estudo bibliográfico à luz do pensamento foucaultiano e outros autores que dialogam com essa base teórica, que sua discussão inicial fora realizada no VI Simpósio de Gênero e Políticas Públicas no ano de 2020 na cidade de Londrina no estado do Paraná. Como resultados prévios, a escola segundo Forquin (1992) não é apenas um local em que circula fluxos humanos e coisas materiais, mas ela também é um local de gestão de transmissão de saberes e de símbolos. O corpo deve ser visto como fator central na infância, enquanto possibilidade de experiência e promoção do conhecimento plural e não como estorvo.
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