A BUSCA DE NOVAS FORMAS DE VIDA NO CORPO TRANSEXUAL : O QUE PODEMOS APRENDER COM FOUCAULT NA ANÁLISE DA EPISTEMOLOGIA ANTIGA?
DOI:
https://doi.org/10.25110/rcjs.v27i2.2024-10451Palavras-chave:
O Falar Franco, Política da Indiferença, Desigualdade de GêneroResumo
A pesquisa visa mostrar as condições da construção histórica de épocas em que as formas de viver e quem tinha direitos de exercer a fala franca eram sujeitos que detinham o poder, mesmo em épocas em que não havia termos como a transexualidade, sua interdição sempre existiu de formas múltiplas ao longo do espaço e do tempo no Ocidente. Identifica e analisa as contradições em relação à temática de gênero onde remonta a Michel Foucault que deixa seu legado para a continuação de lutas e resistências nos dias atuais e que, se percebe o contexto de proteção que o direito de viver está na interdição de um discurso histórico que avançou com o passar do tempo, mas que exige maior dispêndio e atenção em países socioeconomicamente vulneráveis como o Brasil, líder mundial de mortes de pessoas trans , sendo ao mesmo tempo o país que mais consome pornografia transegênera no mundo.Todavia , a dimensão das formas de indiferença do status social e econômico sempre estiveram no ápice de corpos que possuem o direito a fala aos dos interditados, e que, o que vivemos hoje não é algo novo e sim a manutenção de formas de poder em diferentes espaços, de formas e técnicas de força de quem manda e de quem obedece, de forças em que cabe ao corpo desprotegido em direitos sempre resistir, dia após dia. Pode se mencionar que, em aspectos de i(des)gualdade de oportunidades do sujeito, do modo de vida e o poder do Estado é equiparado aos Antigos, onde em épocas de milhares de anos, se havia inclusive maior liberdade na vida dos sujeitos.
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