A EDUCAÇÃO EM ANGOLA NO PERÍODO PRÉ-COLONIAL: OS POVOS BANTU E OS PROCESSOS DE FORMAÇÃO PARA A VIDA
DOI:
https://doi.org/10.25110/educere.v24i1.2024-008Palavras-chave:
Educação, Angola, Período pré-colonial, Povos BantuResumo
Este artigo tem por objetivo refletir sobre a educação no território atualmente conhecido como Angola antes da invasão pelos portugueses. Apoiados em autores como Altuna (2014), Brito Neto (2005), Cá, Timbane e Manuel (2020), Djaló (2017), Pembele (2022), Silva Neto (2005), entre outros, buscamos investigar os processos educativos desenvolvidos pelos povos Bantu no que diz respeito à formação de homens e mulheres para a vida em comunidade. Destacamos os rituais de iniciação e passagem como processos educativos importantes de preparação para a vida adulta e enfatizamos os papéis fundamentais da oralidade e da convivência na educação tradicional africana. Refletimos, ainda, acerca da crueldade da colonização que aniquilou inúmeros conhecimentos e formas de viver, um epistemicídio que, infelizmente, continua ainda hoje. Finalizamos com uma tentativa de esperançar o futuro, projetando possibilidades para uma educação libertadora em Angola.
Referências
ALMEIDA, Adjovanes Thadeu Silva de. Imperialismo europeu na África: uma visão panorâmica. Revista Encontros, v. 19, n. 36, p. 44-59, 2021. Disponível em: https://www.cp2.g12.br/ojs/index.php/encontros/article/view/3521. Acesso em: 25 jul. 2022.
ALTUNA, Raul R. A. Cultura tradicional Bantu. 2. ed. São Paulo: Paulinas, 2014.
BALLESTRIN, Luciana. América Latina e o giro decolonial. Revista Brasileira de Ciência Política, n. 11, pp. 89-117, 2013. Disponível em: https://www.scielo.br/j/rbcpol/a/DxkN3kQ3XdYYPbwwXH55jhv/?format=pdf. Acesso em: 14 fev. 2024.
BRITO NETO, Manuel. História da educação em Angola: do colonialismo ao Movimento Popular de Libertação de Angola (MPLA). 2005. Tese (Doutorado em Educação) – Faculdade de Educação, Universidade de Campinas, Campinas/ SP, 2005.
CÁ, Segunda; TIMBANE, Alexandre António; MANUEL, Israel Mawete Ngola. Práticas pedagógicas versáteis e decoloniais em Angola e na Guiné Bissau: reflexões sobre o ensino. Revista CBTeCLE, v. 1, n. 1, P. 298-316, 2020. Disponível em: https://revista.cbtecle.com.br/index.php/CBTecLE/article/view/265. Acesso em: 25 jul. 2022.
CABRAL, Amílcar. Revolution in Guinea: an African people's struggle. London: Stage I, 1974.
CABRAL, Amílcar. A arma da teoria. Lisboa: Seara Nova,1976. v. 1: Unidade e luta.
CUNHA, Débora Alfaia da. Mancalas e tabuleiros africanos: contribuições metodológicas para educação intercultural. Castanhal – PA: Edição do autor, 2019.
DJALÓ, Mamadu. Filosofia Bantu: uma leitura introdutória. São Francisco do Conde, 2017.
FANON, Frantz. Os condenados da terra. Trad. Ligia Fonseca Ferreira; Regina Salgado Campos. Rio de Janeiro: Zahar, 2022.
GARIGHAN, Grégorie. Epistemicídio e o apagamento estrutural do conhecimento africano. Jornal da Universidade Federal do Rio Grande do Sul. 20 de maio de 2021. Disponível em: https://www.ufrgs.br/jornal/epistemicidio-e-o-apagamento-estrutural-do-conhecimento-africano/#:~:text=Epistemic%C3%ADdio%20%C3%A9%20um%20termo%20criado,assimiladas%20pelo%20'saber'%20ocidental. Acesso em: 25 maio 2022.
KRENAK, Ailton. Ideias para adiar o fim do mundo. São Paulo: Companhia das Letras, 2019.
LANDER. Edgardo. Ciências sociais: saberes coloniais e eurocêntricos. In: LANDER, Edgardo. (Org). A colonialidade do saber: eurocentrismo e ciências sociais. Perspectivas latinoamericanas. CLACSO, Buenos Aires, Argentina. 2005.
LEITE, Fábio. Valores civilizatórios em sociedades negro-africanas. África: Revista do Centro de Estudos Africanos, USP São Paulo, n. 18-19, v. 1, p. 103-118, 1995/1996. Disponível em: https://www.revistas.usp.br/africa/article/download/74962/78528. Acesso em: 16 nov. 2023.
MATUOKA, Ingrid. Como Amílcar Cabral e Frantz Fanon inspiraram o pensamento de Paulo Freire. Centro de Referências em Educação Integral. 19 set. 2022. Disponível em: https://abrir.link/BhmJG. Acesso em: 13 fev. 2023.
MIGNOLO, Walter. Colonialidade: o lado mais obscuro da modernidade. Trad. Marco Oliveira. Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro (PUC-Rio), 2017.
NOGUERA, Renato. Ubuntu como modo de existir: elementos gerais para uma ética afroperspectivista. Revista da ABPN, v. 3, n. 6, p. 147-150, nov. 2011 – fev. 2012. Disponível em: https://abpnrevista.org.br/site/article/download/358/331. Acesso em: 14 fev. 2024.
PEMBELE, Gilson Lubalo. As políticas de alfabetização para a educação de adultos no contexto pós-independência em Angola. 2022. Dissertação (Mestrado) - Universidade Federal de Santa Catarina, Centro de Ciências da Educação, Programa de Pós-Graduação em Educação, Florianópolis, 2022.
PEREIRA, Luena Nascimento Nunes. Os regressados na cidade de Luanda: um estudo sobre identidade étnica e nacional em Angola. 2000. Dissertação (Mestrado) – Universidade de São Paulo, Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas, Programa de Pós-Graduação em Antropologia Social, São Paulo, 2000.
RAMOSE, Mogobe Bernard. Globalização e Ubuntu. Trad.: Margarida Gomes. In: SANTOS, Boaventura; MENESES, Maria Paula. Epistemologias do Sul. São Paulo: Cortez, 2010. p. 175-220.
ROMÃO, José Eustaquio; GADOTTI, Moacir. Paulo Freire e Amílcar Cabral: a descolonização das mentes. São Paulo: Editora e Livraria Instituto Paulo Freire, 2012.
SILVA NETO, Teresa José Adelina da. Contribuições a história da educação e cultura de Angola: grupos nativos colonização e independência. 2004. Tese (Doutorado em Educação) – Faculdade de Educação, Universidade de Campinas, Campinas/ SP, 2004.
Downloads
Publicado
Como Citar
Edição
Seção
Licença
Copyright (c) 2024 Educere - Revista da Educação da UNIPAR
Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution 4.0 International License.
Os Direitos Autorais para artigos publicados são de direito da revista. Em virtude da aparecerem nesta revista de acesso público, os artigos são de uso gratuito, com Creative Commons Attribution 4.0 International License.
A revista se reserva o direito de efetuar, nos originais, alterações de ordem normativa, ortográfica e gramatical, com vistas a manter o padrão culto da língua e a credibilidade do veículo. Respeitará, no entanto, o estilo de escrever dos autores.
Alterações, correções ou sugestões de ordem conceitual serão encaminhadas aos autores, quando necessário. Nesses casos, os artigos, depois de adequados, deverão ser submetidos a nova apreciação.
As opiniões emitidas pelos autores dos artigos são de sua exclusiva responsabilidade.