ATENDIMENTO ÀS VÍTIMAS DE ACIDENTE VASCULAR ENCEFÁLICO ISQUÊMICO EM UMA UNIDADE DE REFERÊNCIA INTERIORIZADA

Autores

  • Deybson Borba de Almeida
  • Fabrícia Cristine Santos Leite
  • Jocelio Matos Amaral
  • Ricardo Santos Aguiar

DOI:

https://doi.org/10.25110/arqsaude.v27i5.2023-078

Palavras-chave:

Acidente Vascular Encefálico, Atendimento de Emergência, Enfermagem

Resumo

O atendimento às vítimas de Acidente Vascular Encefálico (AVE) precisa ser rápido e efetivo, a fim de reduzir mortalidade e complicações na fase aguda. Assim, esse estudo teve como objetivo identificar o perfil do atendimento prestado às vítimas de AVE isquêmico agudo em um Hospital de Referência no Interior da Bahia. Trata-se de um estudo documental, transversal e quantitativo, desenvolvido através da análise de 31 prontuários de vítimas de AVE Isquêmico atendidas em 2019. Sobre o perfil de atendimento, a admissão via Serviço Móvel de Urgência foi a mais frequente. Não houve registros da aplicação de escalas de avaliação neurológica. Quanto ao tempo de realização das etapas de atendimento, identificou-se que, a partir da média geral do tempo utilizado, o Acolhimento com Classificação de Risco e o acionamento do código de AVEi foram realizados fora do tempo ideal. Enquanto isso, embora o início da neuroimagem tenha sido dentro do tempo preconizado, os resultados dos exames não ficaram disponíveis com celeridade. Quanto à realização da trombólise, embora a média geral de tempo utilizado tenha sido ideal em relação ao início dos sintomas, essa não teve celeridade quando comparada ao tempo de admissão na unidade. Além disso, o tempo para transferência do paciente para unidade de terapia intensiva foi aquém do ideal. Foi identificada também a deficiência nos registros das ações realizadas, inclusive da enfermagem. As fragilidades existentes denotam a necessidade de medidas para aprimoramento dos protocolos e fluxogramas institucionais que permitam maior celeridade no atendimento às vítimas de AVE isquêmico.

Referências

AGUIAR, J. S. Software R: capacitação em análise estatística de dados utilizando um software livre. Anais do SEPE-Seminário de Ensino, Pesquisa e Extensão da UFFS, v. 6, n. 1, 2016.

ALMEIDA, A. G. de. Avaliação do benefício e segurança de trombólise endovenosa para pacientes com acidente vascular cerebral isquêmico agudo tratados até 3 horas e entre 3 até 4,5 horas/ Andrea Garcia de Almeida. Tese (doutorado) – Orientadora: Nadine Clausell - Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Faculdade de Medicina, Programa de Pós Graduação em Medicina: Ciências Médicas, Porto Alegre, BR-RS, 2014.

ANDRADE, L. C. V. (Org). Protocolo gerenciado em Acidente Vascular Cerebral Isquêmico. In: Protocolos Gerenciados: diretrizes para a prática clínica. Superintendência Médica, HCOR, Associação Beneficente Síria, 2020, p. 46-90. Disponível em: <https://www.hcor.com.br/area-medica/wp-content/uploads/2020/11/20.-Diretrizes-para-Protocolos-Super-compactado.pdf>. Acesso em: 22 ago. 2022.

ARAÚJO, A. P. S., SILVA, P. C. F., MOREIRA, R. C. P. S., BONILHA, S. F. Prevalência dos fatores de risco em pacientes com acidente vascular encefálico atendidos no setor de neurologia da clínica de fisioterapia da UNIPAR, campus sede. Arq. Ciênc. Saúde Unipar, Umuarama, v. 12, n. 1, p. 35-42, jan./abr. 2008.

BECKETT J, BARLEY J, ELLIS C. Patient perspectives of barriers and facilitators of treatment-seeking behaviors for stroke care. J Neurosci Nurs. 2015;47(3):154-9. doi: 10.1097/ JNN.0000000000000134.

BRANDÃO PC, LANZONI GM, PINTO IC. Rede de atenção às urgências e emergências: atendimento ao acidente vascular cerebral. Acta Paul Enferm. 2023;36:eAPE00061. DOI http://dx.doi.org/10.37689/acta-ape/2023AO00061

BRASIL. Ministério da saúde. Manual de rotinas para atenção ao AVC. Brasília- DF, 2013, 54 p. Disponível em: < https://www.acaoavc.org.br/assets/arquivos/6.1.2.-manual-de-rotinas-atencao-ao-avc--ministerio-da-saude.pdf>. Acesso em: 26 ago. 2022.

BRASIL. Ministério da Saúde. Linha de cuidado do Acidente Vascular Cerebral (AVC) no adulto. Brasília - DF, 2020, 53 p. Disponível em: <https://linhasdecuidado.saude.gov.br/resources/linhas-completas/LC_AVC_no_adulto.pdf>. Acesso em: 02 ago. 2022.

CRISTIANO, M.; PEREIRA, M.. Cuidados de enfermagem à pessoa com acidente vascular cerebral isquêmico submetida a trombólise. Revista Ibero-Americana de Saúde e Envelhecimento, v. 7, n. 3, p. 461-480, 2022.

FARIA, A. da C. A.; MARTINS, M. M. F. P. da S.; SCHOELLER, S. D.; MATOS, L. O. de. Percurso da pessoa com acidente vascular encefálico: do evento à reabilitação. Revista Brasileira de Enfermagem, v. 70, n. 3, p. 495-503, 2017.

FONSECA ARR, MURARI RSW, FONSECA AJ, BUENAFUENTES SMF. Socioeconomic impact of stroke in the state of Roraima: in a hospital-based cohort study.Rev Bras Neurol Psiquiatr [Internet]. 2018 [cited 2023 Mar 4];22(2):124–41. Available from: https://rbnp.emnuvens.com.br/ rbnp/article/view/215/0.

HOGAN TM, MALSCH A. Communication strategies for better care of the elderly in the emergency department. Clin Geriatr Med. 2018;34(3):387-97.

LEIBINGER F, SABLOT D, VAN DAMME L, GAILLARD N, NGUYEN THEM L, LACHCAR M, et al. which patients require physician-led inter-hospital transport in view of endovascular therapy? Cerebrovasc Dis. 2019;48(3-6):171-8.

LEITE, H. R.; NUNES, A. P. N.; CORRÊA, C. L. Perfil epidemiológico e qualidade de vida dos pacientes acometidos por acidente vascular encefálico. Arq. Ciênc. Saúde UNIPAR, Umuarama, v. 15, n. 1, p. 15-21, jan./abr. 2011.

LI T, MUNDER SP, CHAUDHRY A, MADAN, R, GRIBKO, M, ARORA, R. emergency medical services providers’ knowledge, practices, and barriers to stroke management. Open Access Emerg Med. 2019;11:297-303.

LINDSAY, Patrice et al. World Stroke Organization (WSO): global stroke fact sheet 2019.

LOBO, P. G. G. A.; ZANON, V. de B; LARA, D. de et al. Epidemiologia do acidente vascular cerebral isquêmico no Brasil no ano de 2019, uma análise sob a perspectiva da faixa etária. Brazilian Journal of Health Review, v. 4, n. 1, p. 3498-3505, 2021.

LOCATELLI, M. C.; FURLANETO, A. F.; CATTANEO, T. N. Perfil epidemiológico dos pacientes com acidente vascular cerebral isquêmico atendidos em um hospital. Revista da Sociedade Brasileira de Clínica Médica, v. 15, n. 3, p. 150-154, 2017.

MATSUDA, L. M.; SILVA, D. M. P. P da; ÉVORA, Y. D. M.; COIMBRA, J. A. H. Anotações/registros de enfermagem: instrumento de comunicação para a qualidade do cuidado?. Revista Eletrônica de Enfermagem, v. 8, n. 3, 2006.

MORAES MA, et al. Ischemic stroke mortality and time for hospital arrival: analysis of the first 90 days. Rev Esc Enferm USP. 2023;57:e20220309. https://doi.org/10.1590/1980-220X-REEUSP-2022-0309en.

OLIVEIRA GMM, BRANT LCC, POLANCZYK CA, BIOLO A, NASCIMENTO BR, MALTA DC, et al. Cardiovascular Statistics – Brazil 2020. Arq Bras Cardiol. 2020 Sep 18;115(3):308–439. https://doi.org/10.36660/abc.20200812.

PALEY L, WILLIAMSON E, BRAY BD, HOFFMAN A, JAMES MA, RUDD AG. Associations between 30-day mortality, specialist nursing, and daily physician ward rounds in a national stroke registry. Stroke. 2018;49(9):2155–62. doi: http://dx.doi.org/10.1161/STROKEAHA.118.021518. PubMed PMID: 30354982.

PIMPÃO, F. D.; LUNARDI FILHO, W. D.; VAGHETTI, H.H. et al. Percepção da equipe de enfermagem sobre seus registros: buscando a sistematização da assistência de enfermagem. 2010. Rev. enferm. UERJ, Rio de Janeiro, 2010 jul/set; 18(3):405-10. Disponível em: < http://repositorio.furg.br/handle/1/1570>. Acesso em: 02 set. 2022.

PRETO, L.; ESTEVES, I.; BARREIRA, I. DELGADO, S. Perfil e fatores de risco presentes em doentes com AVC isquémico admitidos num serviço de urgência. Jornadas de Enfermagem da Escola Superior de Saúde do IPB, p. 397-402, 2013.

RAJSIC S, GOTHE H, BORBA HH, SROCZYNSKI G, VUJICIC J, TOELL T, et al. Economic burden of stroke: a systematic review on post-stroke care. Eur J Health Econ. 2019;20(1):107-34.

RODRIGUES, M. de S.; SANTANA, L. F.; GALVÃO, I. M. Fatores de risco modificáveis e não modificáveis do AVC isquêmico: uma abordagem descritiva. Revista de medicina, v. 96, n. 3, p. 187-192, 2017.

ROXA, G. N.; AMORIM, A. R. V.; CALDAS, G. R. F. et al. Perfil epidemiológico dos pacientes acometidos com AVC isquêmico submetidos a terapia trombolítica: uma revisão integrativa. Brazilian Journal of Development, v. 7, n. 1, p. 7341-7351, 2021.

SILVA, A. G. I.; DIAS, B. R. L. Registros de enfermagem: uma revisão integrativa da literatura. Nursing (São Paulo), v. 21, n. 247, p. 2476-2481, 2018.

SILVA, D. N. da; MELO, M. F. X de; DUARTE, E. M. M; BORGES, A. K. P. Cuidados de enfermagem à vítima de acidente vascular cerebral (AVC): Revisão integrativa. Revista Eletrônica Acervo Saúde, n. 36, p. e2156-e2156, 2019.

SOUZA, R. P. M. de. Avaliação do fluxo de atendimento ao paciente com Acidente Vascular Encefálico isquêmico agudo na região centro-sul fluminense. Tese (Mestrado) - Orientadores: Prof. Dr. Marco Antônio Orsini Neves; Prof. Dr. Eduardo Tavares Lima Trajano, -RJ, Brasil – Universidade de Vassouras. Vassouras, RJ : [s.n.], 2018.

SOUZA, A. M. L. B.; MENEGHIN, M. C.; LEME, P. A. T. Itinerário terapêutico de pacientes pós-acidente vascular cerebral: o estado da arte da produção científica brasileira. Fisioter Pesqui. 2022;29(4):442-449. DOI: 10.1590/1809-2950/21028229042022PT.

WORLD HEALTH ORGANIZATION. Johnson, Walte; Onuma, Oyere; Owolabi, Mayowa; Sachdev, Sonal . Stroke: a global response is needed. Bulletin of the World Health Organization 2016; 94:634-634A. Disponível em: < https://www.who.int/bulletin/volumes/94/9/16-181636.pdf >. Acesso em: 20 de mar. de 2023.

VOS T, LIM SS, ABBAFATI C, ABBAS KM, ABBASI M, ABBASIFARD M, et al. Global burden of 369 diseases and injuries in 204 countries and territories, 1990–2019: a systematic analysis for the Global Burden of Disease Study 2019. Lancet. 2020;396(10258):1204–22. https://doi. org/10.1016/S0140-6736(20)30925-9.

Downloads

Publicado

29-05-2023

Como Citar

DE ALMEIDA, Deybson Borba; LEITE, Fabrícia Cristine Santos; AMARAL, Jocelio Matos; AGUIAR, Ricardo Santos. ATENDIMENTO ÀS VÍTIMAS DE ACIDENTE VASCULAR ENCEFÁLICO ISQUÊMICO EM UMA UNIDADE DE REFERÊNCIA INTERIORIZADA. Arquivos de Ciências da Saúde da UNIPAR, [S. l.], v. 27, n. 5, p. 3357–3372, 2023. DOI: 10.25110/arqsaude.v27i5.2023-078. Disponível em: https://unipar.openjournalsolutions.com.br/index.php/saude/article/view/9971. Acesso em: 21 dez. 2024.

Edição

Seção

Artigos