MORTALIDADE INFANTIL POR CAUSAS EVITÁVEIS: PERFIL EPIDEMIOLÓGICO E TENDENCIAL EM UM MUNICÍPIO DE MÉDIO PORTE DA REGIÃO OESTE DO PARANÁ, 2011-2021
DOI:
https://doi.org/10.25110/arqsaude.v27i3.2023-012Palavras-chave:
Mortalidade Infantil, Perfil Epidemiológico, Estudos de Séries Temporais, Assistência à Saúde Materno-InfantilResumo
Objetivo: analisar o perfil epidemiológico e a tendência da mortalidade infantil por causas evitáveis em Fazenda Rio Grande/PR, de 2011 a 2021. Método: realizou-se um estudo de série temporal com dados obtidos dos Sistemas de Informações de Mortalidade e Nascidos Vivos. As taxas de mortalidade foram calculadas segundo categorias: neonatal precoce; tardia e pós-neonatal; evitáveis e não evitáveis; e reduzíveis por adequada atenção à mãe e neonato, com avaliação de tendência por regressão linear de Prais-Winsten. Resultados: As maiores proporções de óbitos evitáveis, foram por inadequada atenção à mulher no parto (36,5%), à mulher na gestação (26,8%), e ao recém-nascido (16%). Observou-se redução percentual nos coeficientes de óbitos gerais (β = -0,32; IC95% -0,91;0,68) e por causas evitáveis (β = -0,74; IC95% -0,98;0,50), mesmo não havendo significância estatística nos resultados relativos às tendências (p ≥ 0,05). Conclusão: A partir dos resultados obtidos, Constatou-se a necessidade de intervenções voltadas ao cuidado materno-infantil, essencialmente na atenção à mulher no pré-natal e no parto e ao neonato, visto que constituem percentuais expressivos dentre as causas de morte evitáveis. A redução da mortalidade infantil é um desafio global para os serviços de saúde e sociedade como um todo. Sua análise permite incorporar o uso de informação qualificada no planejamento e avaliação de ações e políticas públicas voltadas à saúde materno-infantil, tal como, embasar novos estudos, fundamentais para alicerçar a avaliação crítica da prática em relação aos achados de pesquisa e promover mudanças baseadas em evidências.
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