ATENDIMENTO ODONTOLÓGICO DE PACIENTES COM NECESSIDADES ESPECIAIS NA ATENÇÃO SECUNDÁRIA EM UM ESTADO DO NORDESTE DO BRASIL
DOI:
https://doi.org/10.25110/arqsaude.v27i2.2023-021Palavras-chave:
Atenção Secundária à Saúde, Saúde Bucal, Assistência Odontológica para Pessoas com DeficiênciasResumo
O objetivo desse estudo foi descrever a produção dos atendimentos oferecidos aos pacientes com necessidades especiais nos Centros de Especialidades Odontológicas (CEO) da Paraíba (Brasil) e sua relação com o cumprimento das metas de produtividade, entre o período de 2019 e 2022. Trata-se de um estudo descritivo e ecológico em que foram coletados dados secundários do Sistema de Informações Ambulatoriais do SUS (SIA/SUS), através da captação da produção ambulatorial individualizada (BPA-I), por meio da ferramenta TabWin, dos 98 CEO operantes na Paraíba. Realizou-se análise descritiva e analítica, por meio dos testes Qui-Quadrado de Pearson e Exato de Fisher entre a variável dependente “alcance da meta” e a variável independente “adesão à Rede de Cuidados à Pessoa com Deficiência (RCPD)”. Em todos os anos, a porcentagem de CEO cumpridores da meta (15,3% em 2019; 1% em 2020; 12,2% em 2021; e 11,2% em 2022) foi substancialmente menor que os números expressados por aqueles que não alcançaram a produção mínima. Os resultados também apontaram maior realização de procedimentos restauradores (29,6% em 2019; 28,6% em 2020; 32,7% em 2021; e 37,8% em 2022) em detrimento aos periodontais, cirúrgicos e preventivos. No que concerne a estar aderido à RCPD, no ano de 2022, 90,9% dos CEO que alcançaram a meta estavam aderidos à Rede (p<0,05). Concluiu-se que uma baixa frequência de CEO alcançou o cumprimento da meta de produtividade da especialidade de Odontologia para Pacientes com Necessidades Especiais nos CEO. No entanto, a adesão à RCPD manifestou-se como elemento influenciador para aqueles que cumpriram suas metas mensais e anuais.
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