INTERNAÇÕES POR CONDIÇÕES SENSÍVEIS À ATENÇÃO PRIMÁRIA À SAÚDE: ASSOCIAÇÃO COM A COBERTURA DA ATENÇÃO PRIMÁRIA, 2015 – 2021
DOI:
https://doi.org/10.25110/arqsaude.v27i2.2023-013Palavras-chave:
Atenção Primária à Saúde, Epidemiologia, Hospitalização, Avaliação, Internação por Condições Sensíveis na Atenção PrimáriaResumo
Objetivo: Avaliar as tendências e associações relacionadas as coberturas e internações por condições sensíveis à atenção primária à saúde no município de Fortaleza/Ceará/Brasil, no período de 2015 a 2021. Métodos: Estudo transversal com dados secundários (Sistema de Informações Hospitalares do Sistema Único de Saúde, E-gestor atenção básica e o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística). Utilizou-se o coeficiente de correlação de Pearson para as associações. Resultados: Foram registrados 176.330 internações por condições sensíveis, totalizando 8 principais, correspondendo a 78.5% do total. Obteve-se correlação inversa significativa entre a cobertura de atenção primária e internações por condições sensíveis: r=-0.86, (IC95%: -0.91/-0.61); p<0.001, bem como uma correlação moderada com cobertura de agente comunitário e internações (r=-0.59 (IC95%: -0.68/-0.54); p<0.001) Conclusão: O aumento das internações por condições sensíveis está diretamente relacionado com a cobertura da atenção primária. Além disso, enfrenta-se uma dupla carga de doenças, coexistindo as doenças infecciosas/parasitárias em concomitância com as crônicas.
Referências
ALFRADIQUE, M. E. et al. Internações por condições sensíveis à atenção primária: a construção da lista brasileira como ferramenta para medir o desempenho do sistema de saúde (Projeto ICSAP - Brasil). Cadernos de Saúde Pública, Rio de Janeiro, v. 25, n. 6, p. 1337-1349, 2009. DOI: https://doi.org/10.1590/S0102-311X2009000600016. Disponível em: https://www.scielo.br/j/csp/a/y5n975h7b3yW6ybnk6hJwft/abstract/?lang=pt. Acesso em: 15 Fev. 2023.
ALVES, J. W. S. et al. Internações por Condições Sensíveis à Atenção Primária no estado do Ceará, 2010-2014. Saúde em Debate, Rio de Janeiro, v. 42, p. 223-235, 2018. DOI: https://doi.org/10.1590/0103-11042018S418. Disponível em: https://www.scielo.br/j/sdeb/a/53RQCTCGfRSThjx5CgpwLWw/?lang=pt. Acesso em: 15 Fev. 2023.
BORGES, G. M. Health transition in Brazil: regional variations and divergence/convergence in mortality. Cadernos de Saúde Pública, Rio de Janeiro, v. 33, n. 8, p. e00080316, 2017. DOI: https://doi.org/10.1590/0102-311X00080316. Disponível em: https://www.scielo.br/j/csp/a/scTb4WcfqdDMc5nTFFdvMJM/?lang=en. Acesso em: 15 Fev. 2023.
BRASIL. Departamento de Informática do SUS. Brasília, 2022. Disponível em: http://datasus.saude.gov.br/2022. Acesso em: 6 maio 2022.
BRASIL. E-Gestor Atenção Básica: Informação e Gestão da Atenção Básica. Brasília, 2022. Disponível em: https://egestorab.saude.gov.br/. Acesso em: 10 out. 2022.
BRASIL. Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Brasília, 2022. Disponível em: https://www.ibge.gov.br/. Acesso em: 6 maio 2022.
BRASIL. Ministério da Saúde. Portaria nº 204, de 17 de fevereiro de 2016. Define a Lista Nacional de Notificação Compulsória de doenças, agravos e eventos de saúde pública nos serviços de saúde públicos e privados em todo o território nacional, nos termos do anexo, e dá outras providências. Diário Oficial da União: Brasília, DF, 17 fev. 2016. Disponível em: https://portalarquivos2.saude.gov.br/images/pdf/2018/abril/25/Portaria-n---2014-de-17-Fevereiro-2016.pdf. Acesso em: 10 ago. 2022.
BRASIL. Ministério da Saúde. Portaria nº. 221, de 17 de abril de 2008. Define a Lista Brasileira de Condições Sensíveis à Atenção Primária. Diário Oficial da União: seção 1, Brasília, DF, p. 70, 18 abr. 2008. Disponível em: http://bvsms.saude.gov.br/bvs/saudelegis/sas/2008/prt0221_17_04_2008.html. Acesso em: 11 ago. 2022.
BRASIL. Sistema de Informações Hospitalares do Sistema Único de Saúde (SIH/SUS). Brasília, 2022. Disponível em: http://sihd.datasus.gov.br/principal/index.php. Acesso em: 6 maio 2022.
BUSBY, J.; PURDY, S.; HOLLINGWORTH, W. A systematic review of the magnitude and cause of geographic variation in unplanned hospital admission rates and length of stay for ambulatory care sensitive conditions. BMC Health Services Research, [S. l.], v. 15, n. 324, p. 1-15, 2015. DOI: https://doi.org/10.1186/s12913-015-0964-3. Disponível em: https://bmchealthservres.biomedcentral.com/articles/10.1186/s12913-015-0964-3. Acesso em: 15 Fev. 2023.
CASTRO, D. M. et al. Impacto da qualidade da atenção primária à saúde na redução das internações por condições sensíveis. Cadernos de Saúde Pública, Rio de Janeiro, v. 36, n. 11, p. 1-12, 2020. DOI: https://doi.org/10.1590/0102-311X00209819. Disponível em: https://www.scielo.br/j/csp/a/5tqLFcwZ6qCthTMGwFBswzM/?lang=pt. Acesso em: 15 Fev. 2023.
CAVALETTI, A. C. L.; CALDAS, C. P. Condições sensíveis à Atenção Primária: o protagonismo da Estratégia Saúde da Família na prevenção de internações de pessoas idosas. Journal of Management & Primary Health Care, Uberlândia, v. 13, p. e010, 2021. DOI: https://doi.org/10.14295/jmphc.v13.1030. Disponível em: https://www.jmphc.com.br/jmphc/article/view/1030. Acesso em: 15 Fev. 2023.
CEARÁ. Decreto nº 14.590, de 6 de fevereiro de 2020. Estabelece denominações para as 12 (doze) regiões administrativas do município de Fortaleza, e dá outras providências. Diário Oficial do Estado do Ceará: Fortaleza, CE, 12 fev. 2020. Disponível em: https://fortaleza2040.fortaleza.ce.gov.br. Acesso em: 15 Fev. 2023.
CEARÁ. Lei Complementar nº 278, de 23 de dezembro de 2019. Altera dispositivos da Lei Complementar nº 0176, de 19 de dezembro de 2014, que dispõe sobre a organização e a estrutura administrativa do Poder Executivo Municipal e dá outras providências. Diário Oficial do Estado do Ceará: Fortaleza, CE, 07 jan. 2020. Disponível em: https://sapl.fortaleza.ce.leg.br/ta/3720/text. Acesso em: 15 Fev. 2023.
CECCON, R. F.; MENEGHEL, S. N.; VIECILI, P. R. N. Internações por condições sensíveis à atenção primária e ampliação da Saúde da Família no Brasil: um estudo ecológico. Revista Brasileira de Epidemiologia, Rio de Janeiro, v. 17, n. 4, p. 968-977, 2014. DOI: https://doi.org/10.1590/1809-4503201400040014. Disponível em: https://www.scielo.br/j/rbepid/a/m5DmjwxQpJwCwbDVWDpGd6P/?lang=pt. Acesso em: 15 Fev. 2023.
CEP ABERTO. O programa CEP aberto. [S. l.], 2017. Disponível em: http://cepaberto.com/. Acesso em: 10 ago. 2022.
CERQUEIRA, D. R. C. et al. Uma análise da base de dados do Sistema de Informação Hospitalar entre 2001 e 2018: Dicionário dinâmico, disponibilidade dos dados e aspectos metodológicos para a produção de indicadores sobre violência. Rio de Janeiro: IPEA, 2019.
INSTITUTE OF MEDICINE (IOM). Crossing the quality chasm: a new health system for the 21st century. Washington: The National Academies Press, 2001.
LOENEN, T. V. et al. Organizational aspects of primary care related to avoidable hospitalization: a systematic review. Family practice, Oxford, v. 31, n. 5, p. 502-516, 2014. DOI: https://doi.org/10.1093/fampra/cmu053. Disponível em: https://academic.oup.com/fampra/article-lookup/doi/10.1093/fampra/cmu053. Acesso em: 15 Fev. 2023.
MALVEZZI, E. Internações por condições sensíveis a atenção primária: revisão qualitativa da literatura científica brasileira. Saúde em Redes, Porto Alegre, p. 4, n. 4, p. 119-134, 2018. DOI: https://doi.org/10.18310/2446-4813.2018v4n4p%25p. Disponível em: http://revista.redeunida.org.br/ojs/index.php/rede-unida/article/view/1716. Acesso em: 15 Fev. 2023.
MENDES, E. V. As redes de atenção à saúde. Ciência & Saúde Coletiva, Rio de Janeiro, v. 15, n. 5, p. 2297-2305, 2010. DOI: https://doi.org/10.1590/S1413-81232010000500005. Disponível em: https://www.scielo.br/j/csc/a/VRzN6vF5MRYdKGMBYgksFwc/. Acesso em: 15 Fev. 2023.
MENDONÇA, S. S.; ALBUQUERQUE, E. C. Perfil das internações por condições sensíveis à atenção primária em Pernambuco, 2008 a 2012. Epidemiologia e Serviços de Saúde, Brasília, v. 23, n. 3, p. 463-474, 2014. DOI: https://doi.org/10.5123/S1679-49742014000300009. Disponível em: https://www.scielo.br/j/ress/a/8pdYTFwxRkVqW7gs7rDqX9B/?lang=pt. Acesso em: 15 Fev. 2023.
NEDEL, F. B. CsapAIH: Uma função para a classificação das condições sensíveis à atenção primária no programa estatístico R*. Epidemiologia e Serviços de Saúde, Brasília, v. 26, n. 1, p. 199-209, 2017. DOI: https://doi.org/10.5123/S1679-49742017000100021. Disponível em: https://www.scielo.br/j/ress/a/cLvdvwyTpy8cQh5LnhJfd3G/?lang=pt. Acesso em: 15 Fev. 2023.
ORGANIZAÇÃO MUNDIAL DE SAÚDE (OMS). Integrating neglected tropical diseases in global health and development Fourth WHO report on neglected tropical diseases. Genebra: OMS, 2017. Disponível em: https://unitingtocombatntds.org/wp-content/uploads/2017/11/4th_who_ntd_report.pdf. Acesso em: 10 ago. 2022.
PINTO, L. F.; GIOVANELLA, L. Programa à Estratégia Saúde da Família: expansão do acesso e redução das internações por condições sensíveis à atenção básica (ICSAB). Ciência & Saúde Coletiva, Rio de Janeiro, v. 23, n. 6, p. 1903-1913, 2018. DOI: https://doi.org/10.1590/1413-81232018236.05592018. Disponível em: https://www.scielo.br/j/csc/a/dXV7f6FDmRnj7BWPJFt6LFk/abstract/?lang=pt. Acesso em: 15 Fev. 2023.
ROCHA, T. A. H. et al. Geolocalização de internações cadastradas no Sistema de Informações Hospitalares do Sistema Único de Saúde: Uma solução baseada no programa estatístico R. Epidemiologia e Serviços de Saúde, Brasília, v. 27, n. 4, p. 2017444, 2018. DOI: https://doi.org/10.5123/S1679-49742018000400016. Disponível em: https://www.scielo.br/j/ress/a/NLPLHWwpx9VdrR7tRsb6Myz/abstract/?lang=pt. Acesso em: 15 Fev. 2023.
ROSANO, A. et al. The relationship between avoidable hospitalization and accessibility to primary care: a systematic review. European journal of public health, Oxford, v. 23, n. 3, p. 356-360, 2013. DOI: https://doi: 10.1093/eurpub/cks053. Disponível em: https://academic.oup.com/eurpub/article-lookup/doi/10.1093/eurpub/cks053. Acesso em: 15 Fev. 2023.
SALDANHA, R. F.; BASTOS, R. R.; BARCELLOS, C. Microdatasus: Pacote para download e pré-processamento de microdados do Departamento de Informática do SUS (DATASUS). Cadernos de Saúde Pública, Rio de Janeiro, v. 35, n. 9, p. e00032419, 2019. DOI: https://doi.org/10.1590/0102-311x00032419. Disponível em: https://www.scielo.br/j/csp/a/gdJXqcrW5PPDHX8rwPDYL7F/. Acesso em: 15 Fev. 2023.
SOUSA, H. P. et al. Doenças infecciosas e parasitárias no Brasil de 2010 a 2017: aspectos para vigilância em saúde. Revista panamericana de salud pública, Washington, v. 44, p. e10, 2020. DOI: https://doi.org/10.26633/RPSP.2020.10. Disponível em: https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC7008608/. Acesso em: 15 Fev. 2023.
WALDMAN, E. A.; SATO, A. P. S. Trajetória das doenças infecciosas no Brasil nos últimos 50 anos: um contínuo desafio. Revista de Saúde Pública, São Paulo, v. 50, p. 68, 2016. DOI: https://doi.org/10.1590/S1518-8787.2016050000232. Disponível em: https://www.scielo.br/j/rsp/a/9c5bKh8zf4By6BGcDRkLXkH/?lang=pt. Acesso em: 15 Fev. 2023.
Downloads
Publicado
Como Citar
Edição
Seção
Licença
Os Direitos Autorais para artigos publicados são de direito da revista. Em virtude da aparecerem nesta revista de acesso público, os artigos são de uso gratuito, com Creative Commons Attribution 4.0 International License.
A revista se reserva o direito de efetuar, nos originais, alterações de ordem normativa, ortográfica e gramatical, com vistas a manter o padrão culto da língua e a credibilidade do veículo. Respeitará, no entanto, o estilo de escrever dos autores.
Alterações, correções ou sugestões de ordem conceitual serão encaminhadas aos autores, quando necessário. Nesses casos, os artigos, depois de adequados, deverão ser submetidos a nova apreciação.
As opiniões emitidas pelos autores dos artigos são de sua exclusiva responsabilidade.