PREVALÊNCIA DE PAPILOMAVÍRUS HUMANO E LESÕES PRÉ-CÂNCER EM MULHERES ATENDIDAS NA UNIDADE BÁSICA DE SAÚDE GUARANI/ANCHIETA - UMUARAMA/PR

Autores

DOI:

https://doi.org/10.25110/arqsaude.v28i3.2024-11771

Palavras-chave:

Papilomavírus Humano, Câncer Cervical, infecções sexualmente transmissíveis

Resumo

O Papiloma Vírus Humano (HPV), é um DNA-vírus de cadeia dupla que normalmente acomete mulheres, incluindo adolescentes. O Brasil é um país com uma grande incidência de infecções por HPV quando comparado a outros países, principalmente nas regiões Centro-Oeste e Nordeste. A infecção por esse vírus é reconhecida como uma Infecção Sexualmente Transmissível (IST), e pessoas sexualmente ativas são as principais afetadas pelo mesmo. O HPV está relacionado à lesões benignas e de baixo grau oncogênico e lesões malignas e de alto risco oncogênico, sendo os tipos 16 e 18 de alto risco os principais relacionados ao câncer cervical. O Papanicolau é o principal exame para a identificação de células pré-cancerosas e a prevenção do câncer de colo uterino. É imprescindível manter acompanhamento ginecológico regular e realizar o exame preventivo, no mínimo uma vez ao ano, para possibilitar o rastreio precoce de doenças. A vacinação contra o HPV é uma estratégia extremamente necessária na prevenção do câncer do colo uterino. Atualmente, a vacina é disponibilizada pelo Sistema Único de Saúde (SUS) e tem como público alvo meninas de 9 a 14 anos. Dados mostram que a vacinação no Brasil apresenta resultados insatisfatórios, onde a meta da OMS de 80% de cobertura vacinal não foi alcançada. Há estudos que mostram que a vacina contra o HPV é eficaz para o desenvolvimento de lesões intraepiteliais de baixo e alto grau. Foi conduzido um estudo documental, descritivo e de natureza quantitativa na unidade básica de saúde Guaraní/Anchieta, localizada em Umuarama, Paraná. A pesquisa abrangeu 929 exames realizados em mulheres, coletados entre os anos de 2020 e 2023, e foram encontrados 13 resultados que se enquadram nos parâmetros analisados neste estudo. Os resultados permitiram a análise do aumento no número de exames realizados e na frequência de resultados com alterações no ano de 2022, o que pode ser atribuído ao término da pandemia de COVID-19. O estudo mostrou uma baixa prevalência na Unidade Básica de Saúde analisada, porém, não é possível afirmar que o município inteiro não apresenta altas taxas de infecção por HPV. A realização das campanhas de vacinação com o objetivo de conscientizar a população sobre o HPV e campanhas de realização do exame preventivo para mulheres são essenciais para que haja a redução dos casos de câncer cervical.

Biografia do Autor

Ana Paula Santana Freire, Universidade Paranaense

Discente do Curso de Farmácia da Universidade Paranaense.

Beatriz Cardoso Fonseca Vieira, Universidade Paranaense

Discente do Curso de Farmácia da Universidade Paranaense.

Maria Andrea dos Santos de Morais, Universidade Paranaense

Discente da Pós-graduação em Biotecnologia Aplicada a Agricultura.

Maria Graciela Iecher Faria, Universidade Paranaense

Docente do Curso de Farmácia e Pós-graduação em Biotecnologia Aplicada a Agricultura.

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Publicado

19-12-2024

Como Citar

FREIRE, Ana Paula Santana; VIEIRA, Beatriz Cardoso Fonseca; MORAIS, Maria Andrea dos Santos de; FARIA, Maria Graciela Iecher. PREVALÊNCIA DE PAPILOMAVÍRUS HUMANO E LESÕES PRÉ-CÂNCER EM MULHERES ATENDIDAS NA UNIDADE BÁSICA DE SAÚDE GUARANI/ANCHIETA - UMUARAMA/PR. Arquivos de Ciências da Saúde da UNIPAR, [S. l.], v. 28, n. 3, p. 813–829, 2024. DOI: 10.25110/arqsaude.v28i3.2024-11771. Disponível em: https://unipar.openjournalsolutions.com.br/index.php/saude/article/view/11771. Acesso em: 21 dez. 2024.

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Artigos