FATORES ASSOCIADOS AOS DESFECHOS DESFAVORÁVEIS DA SÍFILIS NA GESTAÇÃO
DOI:
https://doi.org/10.25110/arqsaude.v29i1.2025-11160Palavras-chave:
Gestante, Sífilis, Sífilis Congênita, Assistência Pré-Natal, Complicações na Gestação.Resumo
O objetivo do estudo foi estimar a frequência de desfechos desfavoráveis da sífilis materna e verificar os fatores associados à ocorrência deles. Estudo transversal, retrospectivo, com componentes descritivos e analíticos realizado em duas maternidades de Montes Claros, Minas Gerais, com dados do período de 2014 a 2017. Foram incluídas todas as gestantes e parturientes com diagnóstico de sífilis durante a gestação, parto ou puerpério imediato. Os dados foram coletados de fontes secundárias e analisados no programa Statistical Package for the Social Science. Predominaram gestantes/ parturientes solteiras (59,8%), com menos de 25 anos (54,4%) e oito anos ou menos de estudos concluídos (52,2%). O pré-natal foi realizado por 92,7% das gestantes e a maioria foi diagnosticada para sífilis na gestação (92,4%). 67,6% foram tratadas durante o pré-natal e o tratamento foi adequado em 24,4%. Na maternidade, 62,4% das mulheres apresentaram titulação maior que 1:8 (62,4%) no VDRL. Desfechos desfavoráveis ocorreram em 34% dos casos e as variáveis associadas na análise bivariada (p≤ 0,005) foram: realização de pré-natal; momento do diagnóstico; realização de tratamento no pré-natal, conclusão do tratamento no pré-natal e titulação do VDRL na maternidade. Os fatores que se associaram aos desfechos desfavoráveis da sífilis materna nesse estudo reafirmam a importância de uma assistência pré-natal comprometida com a qualidade.
Referências
AMORIM, E. K. R. et al. Tendencia de los casos de sífilis gestacional y congénita en Minas Gerais, Brasil, 2009-2019: un estudio ecológico. Epidemiol. Serv. Saúde, v. 30, n. 4, p. e2021128, 2021. Disponível em: https://doi.org/10.1590/S1679-49742021000400006.
ARAÚJO, M. A. et al. Factors associated with unfavorable outcomes caused by Syphilis infection in pregnancy. Rev Bras Saude Mater Infant, v. 19, n. 2, p. 411-9, 2019. Disponível em: https://doi.org/10.1590/1806-93042019000200009.
BOWEN, V. et al. Increase in incidence of congenital syphilis — united states, 2012–2014. MMWR. Morbidity and Mortality Weekly Report, v. 64, n. 44, p. 1241-5, 2015. Disponível em: https://www.cdc.gov/mmwr/preview/mmwrhtml/mm6444a3.htm.
BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Vigilância em Saúde. Departamento de Doenças de Condições Crônicas e Infecções Sexualmente Transmissíveis. Protocolo Clínico e Diretrizes Terapêuticas para Atenção Integral às Pessoas com Infecções Sexualmente Transmissíveis – IST. Brasília, DF: Ministério da Saúde. 2022. Disponível em: http://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/protocolo_clinico_atecao_integral_ist.pdf ISBN 978-65-5993-276-4.
BRASIL. Secretaria de Vigilância em Saúde. Ministério da Saúde. Sífilis 2023. Boletim epidemiológico. Brasília: Ministério da Saúde. 2021. Disponível em: https://www.gov.br/saude/pt-br/centrais-de-conteudo/publicacoes/boletins/epidemiologicos/especiais/2023/boletim-epidemiologico-de-sifilis-numero-especial-out.2023/view.
CARDOSO, A. R. P. et al. Análise dos casos de sífilis gestacional e congênita nos anos de 2008 a 2010 em Fortaleza, Ceará, Brasil. Ciênc saúde coletiva, v. 23, n. 2, p. 563–74, 2018. Disponível em: https://doi.org/10.1590/1413-81232018232.01772016.
CESAR, J. A. et al. Não realização de teste sorológico para sífilis durante o pré-natal: prevalência e fatores associados. Rev bras epidemiol. v. 23, p. e200012, 2020. Disponível em: https://doi.org/10.1590/1980-549720200012.
CONCEIÇÃO, H. N; CÂMARA, J. T; PEREIRA, B. M. Análise epidemiológica e espacial dos casos de sífilis gestacional e congênita. Saúde em Debate, v. 43, n.123, p. 1145-58, 2019. Disponível em: https://doi.org/10.1590/0103-1104201912313.
DALLÉ, J. et al. Maternal syphilis and accomplishing sexual partner treatment: still a huge gap. International journal of STD & AIDS, v. 28, n. 9, p. 876–80, 2017. Disponível em: https://doi.org/10.1177/0956462416678710.
DOMINGUES, R. M.; LEAL, M. D. Incidência de sífilis congênita e fatores associados à transmissão vertical da sífilis: dados do estudo nascer no Brasil. Cad Saúde Pública, v. 32, n. 6, p. e00082415, 2016. Disponível em: https://doi.org/10.1590/0102-311x00082415.
DOU, L. et al. Epidemic Profile of Maternal Syphilis in China in 2013. Biomed Res Int, 2016. Disponível em: https://doi.org/10.1155/2016/9194805.
FIGUEIREDO, M. S. N. et al. Percepção de enfermeiros sobre a adesão ao tratamento dos parceiros de gestantes com sífilis. Rev Rene, v. 16, n. 3, p. 345-54, 2015. Disponível em: https://www.redalyc.org/pdf/3240/324041234007.pdf.
FLOSS, J. et al. Diagnóstico e adesão do tratamento da sífilis gestacional em uma UBS do município de Caçador – SC. Arq. Ciênc. Saúde UNIPAR, v. 27, n. 5, p. 3212–29, 2023. Disponível em: https://revistas.unipar.br/index.php/saude/article/view/9961. Acesso em: 12 dez. 2024.
GOMEZ, G. B. Untreated maternal syphilis and adverse outcomes of pregnancy: A systematic review and meta-analysis. Bulletin of the World Health Organization, v. 91, n. 3, p. 217-26, 2013. Disponível em: https://doi.org/10.2471/BLT.12.107623.
KORENROMP, E. L. et al. Global burden of maternal and congenital syphilis and associated adverse birth outcomes—Estimates for 2016 and progress since 2012. Plos One, v. 14 n. 2, p. e0211720, 2019. Disponível em: https://doi.org/10.1371/journal.pone.0219613.
LIMA, M. G. et al. Incidência e fatores de risco para sífilis congênita em Belo Horizonte, Minas Gerais, 2001-2008. Cienc Saude Coletiva, v. 18, n. 2, p. 499-506, 2013. Disponível em: http://dx.doi.org/10.1590/S1413-81232013000200021.
LIMA, T. M. et al. Epidemiological profile of patients with congenital and gestational syphilis in a city in the State of São Paulo, Brazil. Rev Bras Saude Mater Infant, v. 19, n. 4, p. 865-72, 2019. Disponível em: https://doi.org/10.1590/1806-93042019000400007.
LIU, H. et al. Syphilis-attributable adverse pregnancy outcomes in China: a retrospective cohort analysis of 1187 pregnant women with different syphilis treatment. BMC Infectious Diseases, v. 19, n. 1, 2019. Disponível em: https://doi.org/10.1186/s12879-019-3896-4.
MOROSKOSKI, M. et al. Perfil de gestantes adolescentes diagnosticadas com sífilis em Curitiba-PR. RSPP, v. 1, n. 1, p. 47-58, 2018. Disponível em: https://doi.org/10.32811/2595-4482.2018v1n1.39.
NEWMAN, L. et al. Global Estimates of Syphilis in Pregnancy and Associated Adverse Outcomes: Analysis of Multinational Antenatal Surveillance Data. PLoS Med, v. 10, n. 2, p. e1001396, 2013. Disponível em: https://doi.org/10.1371/journal.pmed.1001396
NONATO, S. M.; MELO, A. P.; GUIMARÃES, M. D. Sífilis na gestação e fatores associados à sífilis congênita em Belo Horizonte- MG, 2010-2013. Epidemiol Serv Saúde, v.24, n. 4, p. 681-94, 2015. Disponível em: https://doi.org/10.5123/s1679-49742015000400010.
ROCHA, F. C. et al. Sífilis em gestantes adolescentes e repercussões para o concepto. Arq. Ciênc. Saúde UNIPAR, v. 27, n. 5, p. 2670-84, 2023. Disponível em: https://revistas.unipar.br/index.php/saude/article/view/9861/4713.
ROEHRS, M. P. et al. Sífilis materna no Sul do Brasil: epidemiologia e estratégias para melhorar. Femina, v. 48, n. 12, p. 753-9, 2020. Disponível em: https://docs.bvsalud.org/biblioref/2020/12/1141186/femina-2020-4812-753-759.pdf.
SARACENI, V. et al. Vigilância epidemiológica da transmissão vertical da sífilis: dados de seis unidades federativas no Brasil. Rev Panam Salud Publica, v.41, n. 1, p. e44, 2017. Disponível em: https://www.scielosp.org/pdf/rpsp/v41/1020-4989-RPSP-41-e44.pdf.
SEÑA, A. C. et al. Rate of Decline in Nontreponemal Antibody Titers and Seroreversion After Treatment of Early Syphilis. Sexually transmitted diseases, v. 44, n. 1, p. 6–10, 2017. Disponível em: https://doi.org/10.1097/OLQ.0000000000000541.
SILVA, N. C. P.; CARVALHO, K. B. S.; CHAVES, K. Z. C. Sífilis gestacional em uma maternidade pública no interior do Nordeste brasileiro. Femina, v. 49, n. 1, p. 58-64, 2021. Disponível em: https://docs.bvsalud.org/biblioref/2021/02/1146935/femina_2020_491_p58-64-sifilis-gestacional-em-uma-maternidade-_5e0G9Ch.pdf.
SILVA-CHÁVARRO, A. M.; BOIS-MELLI, F. Factors associated with failure in the diagnosis and treatment of maternal syphilis. Study of cases and controls. Rev Mex Pediatr, v. 84, n. 2, p. 54-60, 2017. Disponível em: https://www.medigraphic.com/pdfs/pediat/sp2017/sp172c.pdf.
SU, J. R. et al. Congenital syphilis: Trends in mortality and morbidity in the United States, 1999 through 2013. Am J Obstet Gynecol, v. 214, n. 3, p. 381.e1-381.e9, 2016. Disponível em: https://doi.org/10.1016/j.ajog.2015.10.007.
TRIVEDI, S. et al. Evaluating coverage of maternal syphilis screening and treatment within antenatal care to guide service improvements for prevention of congenital syphilis in Countdown 2030 Countries. J Glob Health, v. 10, n.1, p. e010504, 2020. Disponível em: https://doi.org/10.7189/jogh.10.010504.
WORLD HEALTH ORGANIZATION. Guidelines for the treatment of Treponema pallidum (syphilis). Genebra: World Health Organization. 2016. Disponível em: https://apps.who.int/iris/bitstream/handle/10665/249572/9789241549806-eng.pdf.
WORLD HEALTH ORGANIZATION. Every Woman Every Child. Global Strategy for Women’s, Children’s, and Adolescent’s Health 2016-2030. Genebra: World Health Organization. 2015. Disponível em: https://iris.who.int/bitstream/handle/10665/276423/A71_19Rev1-en.pdf?sequence=1.
Downloads
Publicado
Como Citar
Edição
Seção
Licença
Copyright (c) 2024 Arquivos de Ciências da Saúde da UNIPAR

Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution 4.0 International License.
Os Direitos Autorais para artigos publicados são de direito da revista. Em virtude da aparecerem nesta revista de acesso público, os artigos são de uso gratuito, com Creative Commons Attribution 4.0 International License.
A revista se reserva o direito de efetuar, nos originais, alterações de ordem normativa, ortográfica e gramatical, com vistas a manter o padrão culto da língua e a credibilidade do veículo. Respeitará, no entanto, o estilo de escrever dos autores.
Alterações, correções ou sugestões de ordem conceitual serão encaminhadas aos autores, quando necessário. Nesses casos, os artigos, depois de adequados, deverão ser submetidos a nova apreciação.
As opiniões emitidas pelos autores dos artigos são de sua exclusiva responsabilidade.