ANÁLISE DE PRONTUÁRIOS SOBRE PSICOFÁRMACOTERAPIA ASSOCIADAS ÀS COMORBIDADES DO TRANSTORNO DO ESPECTRO AUTISTA
DOI:
https://doi.org/10.25110/arqsaude.v27i7.2023-048Palavras-chave:
Autismo, Comorbidades, FarmacoterapiaResumo
O Transtorno do Espectro Autista (TEA), é um transtorno no neurodesenvolvimento caracterizado por comportamentos repetitivos, dificuldades qualitativas na comunicação e interação social recíproca. O TEA afeta quatro vezes mais o gênero masculino do que o feminino e sua etiologia ainda é pauta de inúmeras discussões médicas não conclusivas. Um correlação importante é que o autismo normalmente vem acompanhado de uma ou mais comorbidades e a realização de terapias é uma prática comum para o desenvolvimento dos pacientes diagnosticados. Uma vez que o TEA não é uma doença, o uso de psicofarmacoterapia é recomendada por neurologistas e psiquiatras para auxiliar e acompanhar o tratamento dos pacientes que desencadeiam comorbidades associadas. O objetivo deste trabalho foi realizar um levantamento da farmacoterapia prescrita em prontuários clínicos de pacientes diagnosticados com TEA, atendidos em uma clínica especializada do oeste do Paraná e assim desenvolver uma base de dados atual e centralizada regionalmente, que possa auxiliar profissionais e pais de crianças portadoras do autismo em suas tomadas de decisão com relação ao uso de medicamentos. Dos 100 prontuários analisados, observou-se uma prevalência de 84% dos diagnósticos para autismo no gênero masculino, 52% do total de pacientes com uma comorbidade associada ou 44% apresentando duas ou mais comorbidades. Destas, houve uma prevalência do transtorno de deficit de atenção com hiperatividade (TDAH), relatado em 62% dos prontuários, seguido da seletividade alimentar em 44%, transtorno opositor desafiador (TOD) e o Transtorno de ansiedade generalizada (TAG) em 28% e 11% com deficiencia intelectual (DI) associada. Em relação às terapias medicamentosas mais prescritas, os medicamentos de escolha com maior destaque são a risperidona com 42%, ritalina com 30%, melatonina com 19%, sertralina com 14%, aripiprazol com 12%, fluoxetina com 5%. O canabidiol estava presente em 7% das prescrições e em alguns prontuários estavam inseridas em terapias inovadoras e complementares associada a melhora do quadro clínico do paciente.Concluí-se com este estudo que as terapias medicamentosas são essenciais para o tratamento das comorbidades associadas ao TEA, assim como um auxiliar na evolução das terapias multidisciplinares melhorando a evolução e desenvolvimento do paciente dentro do transtorno do espectro autista.
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