RAZÃO DE MORTALIDADE MATERNA NO BRASIL ENTRE 2019 E 2021: UMA ANÁLISE ANTES E APÓS A PANDEMIA

Autores

  • Carine Vitória Lemes Ferreira
  • Mirian Santos Silva Conceição
  • Luana Lopes Iria
  • Guilherme Sell de Mendonça e Silva
  • Raimunda Ferreira de Sousa
  • Darlene Andrade Oliveira
  • Erik Vinicius Barros Guedes
  • Cristiane Bahia dos Santos
  • Gleison Lucas Santos do Nascimento
  • Adelcio Machado dos Santos
  • Eduardo de Mendonça Carvalho
  • Fabiano Rocha Pereira

DOI:

https://doi.org/10.25110/arqsaude.v27i6.2023-052

Palavras-chave:

Mortalidade Materna, Pandemia, Brasil

Resumo

A morte materna pode ser classificada como diretas e indiretas, são resultantes de complicações obstétricas no decorrer da gestação, durante o parto e/ou no puerpério. Em 2020, com a eclosão da pandemia do coronavírus se tornou um grande obstáculo para a garantir a saúde materno-fetal. No contexto brasileiro, eliminar significativamente a mortalidade por fatores evitáveis é um imenso desafio da saúde pública, bem como da equidade social, de gênero e de raça. Considerando os efeitos da COVID-19 no Brasil este trabalho objetivou analisar a tendência da RMM no Brasil antes e após a pandemia, no período de 2019 a 2021. Foi realizado um estudo ecológico descritivo e quantitativo analítico da razão de mortalidade materna (RMM) no Brasil, construído mediante dados secundários de estatísticas vitais extraídos do Sistema de Informações sobre Nascidos Vivos (Sinasc) e do Sistema de Informações sobre Mortalidade (SIM) - Datasus, no período de 2019 a 2021. Os dados do SIM e do Sinasc, até o ano 2021, são considerados finalizados. No período estudado, contabilizaram-se no total 6.571 óbitos maternos no Brasil. De acordo com os dados estatísticos, em 2019, 2020 e 2021 foram notificados 1.576, 1.965 e 3.030 óbitos maternos ao SIM, respectivamente. Em 2020 e 2021, mostrou em todas as regiões um elevado números de óbitos maternos em relação a 2019. Ainda, em 2021 apresentou maior número de óbitos em comparação a 2020. Foi observado um aumento significativo da RMM no Brasil em 2020 e 2021, em decorrência da epidemia de covid-19. As causas indiretas foram as mais prevalentes relacionadas aos óbitos maternos. Por fim, as altas taxas de mortalidade materna no Brasil evidenciam a necessidade de efetiva aplicação de políticas públicas a fim de potencializar a redução dos óbitos maternos no País.

Referências

BRASIL. Governo do Estado do Ceará, Secretaria da Saúde. Informe epidemiológico mortalidade materna. Ceará: Secretária de Sa201úde do Ceará, 2014.

BRASIL. Ministério da Saúde. Departamento de informática do Sistema Único de Saúde. Dados sobre mortalidade. Transferência de Arquivos, Brasília, 2021.

BRASIL. Ministério da Saúde. Manual dos Comitês de Morte Materna. Brasília, 2007.

BRASIL. Ministério da Saúde. Mortalidade materna nas unidades da Federação, regiões e no Brasil: uma análise de 2000 a 2015. Cap. 2, p. 39-58. Brasília, 2009.

BRASIL. Ministério da Saúde. Nota Técnica nº 2/2021-SECOVID/ GAB/SECOVID/MS. Trata-se de atualização das recomendações referentes a vacinação contra a covid-19 em gestantes e puérperas até 45 dias pós-parto, Brasília, 2021.

BRASIL. Ministério da Saúde. Protocolo de manejo clínico para o Novo Coronavírus. Brasília, 2020.

BRASIL. Ministério da Saúde. Saúde Brasil 2017: Uma análise da situação de saúde e os desafios para o alcance dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável. Brasília, 2017.

BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde, Departamento de Ações Programáticas Estratégicas. Manual dos comestíveis de mortalidade materna. 3a ed. Brasília, 2009.

BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Vigilância em Saúde. Mortalidade materna no Brasil. Ministério da Saúde/FIOCRUZ. Brasília, 2020.

FLORES CECCON, R. et al. Mortalidad materna en las capitales de provincia de Brasil. Revista Cubana de Salud Pública. v. 45, n. 3, e835. ISSN 1561-3127.

GONÇALVES, B. M. M.; FRANCO, R. P. V.; RODRIGUES, A. S. Mortalidade materna associada à COVID-19 no Brasil em 2020 e 2021: comparação com mulheres não grávidas e homens. PLoS One. v. 16, n. 12, e0261492, 2021.

KASEHAGEN, L. et al Mortes associadas ao COVID-19 após infecção por SARS-CoV-2 durante a gravidez - Mississippi, 1º de março de 2020 - 6 de outubro de 2021. Morb Mortal Wkly Rep. v. 70, n. 47, 1646-8, 2021.

KO, J. Y. et al. Resultados adversos da gravidez, complicações maternas e doenças graves entre hospitalizações de parto nos EUA com e sem doença de coronavírus 2019 (COVID-19) Diagnóstico. Clin Infect Dis. v. 73, n.1, S24-S31, 2021.

MELO, K. C. et al. Mortalidade materna: perfil dos óbitos maternos ocorridos no estado do maranhão no período de 2010 a 2019. Arquivos de Ciências da Saúde da UNIPAR, Umuarama, v.27, n.4, p. 2010-2026, 2023. ISSN 1982-114X.

ORGANIZAÇÃO MUNDIAL DA SAÚDE. CID-10: classificação estatística internacional de doenças e problemas relacionados à saúde. São Paulo: EDUSP; 2012.

ORGANIZAÇÃO PAN-AMERICANA DA SAÚDE. Folha informativa - mortalidade materna. OPAS Brasil, 2018.

RODRIGUES, A.; LACERDA, L.; FRANCISCO, R.P.V. Observatório Obstétrico Brasileiro (OOBR) COVID-19. Brasil, 2021.

STEVENS, G, A. et al. Diretrizes para o relato preciso e transparente de estimativas de saúde: a Declaração GATHER. Epidemiol Serv Saúde. v. 26, n. 1, p.215-22, 2017.

UNITED NATIONS. Transforming our world: the 2030 agenda for sustainable development. New York: United Nations, 2015.

WORLD HEALTH ORGANIZATION. Guia de Implementação da Lista de Verificação para Partos Seguros: melhorar a qualidade dos partos realizados em unidades de saúde para as mães e os recém-nascidos. Geneva: World Health Organization, 2017.

WORLD HEALTH ORGANIZATION. Schistosomiasis. Bilharzia, Geneva: World Health Organization, 2021.

WORLD HEALTH ORGANIZATION. Strategies towards ending preventable maternal mortality (EPMM). Geneva: World Health Organization, 2015.

WORLD HEALTH ORGANIZATION. Trends in maternal mortality 2000 to 2017: estimates by WHO, UNICEF, UNFPA, World Bank Group and the United Nations Population Division. Geneva: World Health Organization, 2019.

Downloads

Publicado

22-06-2023

Como Citar

FERREIRA, Carine Vitória Lemes et al. RAZÃO DE MORTALIDADE MATERNA NO BRASIL ENTRE 2019 E 2021: UMA ANÁLISE ANTES E APÓS A PANDEMIA. Arquivos de Ciências da Saúde da UNIPAR, [S. l.], v. 27, n. 6, p. 2960–2975, 2023. DOI: 10.25110/arqsaude.v27i6.2023-052. Disponível em: https://unipar.openjournalsolutions.com.br/index.php/saude/article/view/10307. Acesso em: 24 nov. 2024.

Edição

Seção

Artigos