FÉ E POLÍTICA: EMBATES ENTRE TEOLOGIA DA LIBERTAÇÃO E A DITADURA MILITAR NO BRASIL DA DÉCADA DE 1970
Resumo
O artigo discute a influência da Igreja Católica, mais especificamente da Teologia da Libertação, na política brasileira em fins da década de 1960 e na década de 1970, marcada pela ditadura militar. Esta teologia, gestada no final da década de 1960, quando opta por defender causas populares a favor dos oprimidos e injustiçados, passando a atuar por meio de alguns setores da Igreja, assemelha-se a um movimento político de luta contra a repressão. Sendo assim, muitos daqueles que se engajaram nesta corrente teológica ou que defendiam ideias semelhantes, tornaram-se alvo da ditadura. Alguns precisaram fugir do Brasil, outros foram expatriados e outros torturados de forma cruel. Esses acontecimentos contribuíram para manter vivo o sentimento de esperança naqueles que eram contrários ao regime militar. Portanto, a Teologia da Libertação, a partir do momento em que justifica as ações dos frades que escondem alguns revolucionários e auxiliam na fuga de outros, deixa de ser simplesmente teologia e passa a ser, ela própria, um movimento “político revolucionário”. Dessa forma, buscamos analisar bibliografias produzidas sobre este período histórico, bem como fontes relacionadas diretamente a ele, como documentos oficiais da Igreja Católica e cartas de presos políticos que se referem à Teologia da Libertação e à posição da Igreja frente às ações do Estado. Esta análise tem como objetivo delinear o contexto histórico em que esta “nova teologia” se desenvolve, buscando uma melhor compreensão e identificando acontecimentos e ideologias que estimularam uma mudança de postura da Igreja Católica, ou pelo menos de parte dela, que passa a partir de então, a assumir uma posição mais “popular” frente ao Estado e a sociedade.
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